quarta-feira, 23 de março de 2011

O QUE É BELEZA?


Vamos refletir um pouco sobre o conceito de beleza…
O conceito de beleza está automaticamente ligado ao seu modus vivendis, pois o seu contexto de vida prega determinados valores sobre beleza, que não são necessariamente iguais em outros lugares, principalmente em outras nações. Cada cultura tem seu padrão de beleza, e não existe sincronicidade no assunto.
Para nós, ocidentais, por exemplo, o padrão de beleza é completamente diferente do mundo oriental.
Apesar das diferenças culturais e dos padrões estéticos diferenciados há uma beleza que vai além do conceito estético.
É preciso diferenciar o bonito do belo.
O BONITO pode ser harmonioso, agradável aos olhos, esteticamente aprovado pela maioria, mas pode não expressar o BELO.
O BELO é a expressão de qualidades autênticas.
O BELO é essência, o BONITO é estética.
Porque existem pessoas que são lindas esteticamente, mas não são companhias agradáveis?
Em contrapartida, existem pessoas que esteticamente são totalmente fora dos padrões, mas são adoráveis, acolhedoras e todo mundo quer por perto...
Isso comprova que beleza é antes de tudo, essência.
Desde que o mundo é mundo, por causa da natureza humana corrompida, os valores tem sido distorcidos, e o normal são as pessoas julgarem pelas aparências. Lembro-me agora de um caso que alguém contou que estava em um Banco, e havia um senhor na fila, muito simples, com roupas simples, com aspecto rude, e estava na fila para depósito, e alguém disse a ele: - Senhor, esta fila não é a sua, a fila de aposentados é esta.
Ele abriu uma pastinha velha, surrada, com um fecho estragado, tirou um paçoco de dinheiro e disse a ela: - Minha filha, o que eu tenho na mão aqui agora, em toda a sua vida você ainda não ganhou.
A atitude dessa moça pode parecer absurda, mas temos que admitir que talvez não falássemos o que ela falou, mas com certeza, pensaríamos a mesma coisa que ela pensou a respeito daquele senhorzinho com aparência humilde.
E as pessoas ligadas ao trabalho de imagem pessoal, consultores de imagem e afins, (não são todos, é claro) que teoricamente seriam as pessoas que deveriam lidar com o assunto imparcialmente , visto que a função deste profissional é levar as pessoas a descobrirem seu estilo pessoal, acabam assumindo uma postura de fashionista que sabe tudo, e quem não anda nos padrões deles é out.
Para determinadas tribos indígenas o bonito é ter o corpo pintado e o cabelo emplastado com óleos de plantas nativas.
Para os nômades das tribos Morsa e Nursi da África, o bonito é enfeitar-se com galhos, mamonas e todo tipo de plantas.
Até a pouco tempo, as japonesas passavam por um sofrimento bárbaro tentando diminuir o tamanho dos seus pés, porque para o homem japonês a mulher sensual era a que tinha os pés pequenos, minúsculos. Elas quebravam os pés e dobrava-os para caberem em um sapato minúsculo que se chamava brinco.
Para os judeus ortodoxos, o cabelo comprido com espécies de dreads, o vestuário terno e chapéu é o seu padrão de beleza.
Na oriente médio as mulheres andam cobertas dos pés à cabeça, e este é o padrão que atrai o homem para um compromisso. E elas se submetem sem problemas.
Enfim, se fôssemos enumerar aqui as diferenças culturais quanto aos padrões de beleza, faríamos uma lista enorme.
Tanto a mulher quanto o homem, tem sido estuprados em sua identidade com relação aos padrões de beleza. Há uma exigência velada (ou não) de um padrão de beleza inatingível que nos aprisiona e nos impede de vivermos a plenitude daquilo que somos em nossa essência, por conta de uma exigência que está muito acima dos nossos limites para alcançar.
Os cirurgiões plásticos são instados a “desenharem” no rosto, ou quase a criarem uma pessoa que não existe, um personagem inventado na mente de uma pessoa que a vida inteira vai sempre se sentir aquém. Nem todas as cirurgias do mundo resolverão os problemas instalados por trás dessa insaciedade da busca da “beleza”.
O amor... Ah o amor!!! O amor é o único que consegue quebrar esses paradigmas criados não sei onde, por não sei quem... Conheço mulheres que não são bonitas e são casadas com homens lindos que as amam profundamente, e vice-versa...
O amor não tem preconceito de cor, raça, de status, nível social, situação econômica... ele simplesmente acontece. E quando acontece, nenhum padrão humano é levado em consideração...
Portanto, só o amor nos leva a desfrutar do belo como ele é... puro, verdadeiro, consistente e com essência.
Lígia Lima
STUDIO LIZ
Consultora Visagista